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Candidato à presidência, Jair Bolsonaro diz que, se eleito, vai tirar Brasil do Acordo de Paris

Candidato à presidência, Jair Bolsonaro, diz que se eleito, vai tirar o Brasil do Acordo de Paris

Ele é realmente o nosso Trump. O candidato do Partido Social Liberal (PSL) à Presidência da República, Jair Bolsonaro afirmou que, se ganhar a eleição, vai retirar o Brasil do Acordo Climático de Paris.

Será mesmo que Bolsonaro entende o que isso significa? Para começar, vamos explicar o que é o acordo. Em dezembro de 2015, em Paris, 195 países membros das Nações Unidas assinaram o mais abrangente e ambicioso tratado internacional sobre o clima, em que se comprometem a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, e desta maneira, tentar limitar o aumento da temperatura da superfície da Terra em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais.

Cada governo apresentou seu próprio compromisso, as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês). Elas representam a meta de redução de gases de efeito estufa que aquele país acredita ser viável atingir, levando em conta seu cenário social e econômico.

A meta acordada pelo governo brasileiro, sob a então administração da presidente Dilma Rousseff, foi de diminuir 37% das emissões em 2025 em relação a 2005.

E por que assim como outros 194 países, o Brasil aceitou fazer parte do Acordo de Paris?

Resposta muito fácil. Porque assim como as demais nações do planeta, nosso país também já está sendo afetado pelas mudanças climáticas, provocadas pelo aquecimento global. A alta concentração de gases provenientes das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis (carvão, diesel, gasolina, dentre outros) – e que demora séculos para se dissipar – está causando mudanças profundas em nosso clima.

O que os cientistas chamam de extremos climáticos se tornaram cada mais frequentes: períodos de secas prolongadas, enchentes, tempestades, furacões, incêndios. E estes eventos não impactam apenas a sobrevivência de milhares de espécies de animais e plantas, como por exemplo, as mais de 26 mil espécies que estão em risco de extinção, mas também, a própria existência do ser humano no planeta.

Será que Bolsonaro precisa de exemplos? Vamos lá! Esta semana mesmo, um vilarejo inteiro da Grécia foi destruído, mais de 70 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas devido a um incêndio florestal, causado pelas altas temperaturas do verão europeu, que já no ano passado, foi apelidado por especialistas de “Verão de Lúcifer”. Aliás, este mês de julho registrou a semana mais quente da história.

Quer mais fatos, candidato? Talvez com a campanha, o senhor não tem tido muito tempo de se atualizar com as notícias (verdadeiras, não as “fake news” que o presidente americano gosta tanto de mencionar). O derretimento na Antártica triplicou nos últimos cinco anos, os maiores e mais antigos baobás da África morrem e cientistas culpam o aquecimento global, o calor recorde no oceano causou furacão Harvey, mostrou estudo, cidade do Paquistão registra a marca de 50,2°C, temperatura no Ártico está entre 20oC e 30oC acima do normal… Suficiente?!

No Brasil, as mudanças climáticas também já se fazem presentes. Não se engane. Não estamos imunes a elas. E justamente, a Floresta Amazônica, que é um dos nossos principais aliados para manter o equilíbrio do clima, voltou a ser desmatada. Só em abril deste ano, a destruição da floresta foi 84% maior do que no mesmo período do ano passado. E não é só lá. Cientistas alertam que o desmatamento do Cerrado supera o da Amazônia.

Sem árvores em pé, a temperatura só faz aumentar. Elas são essenciais para a captura do dióxido de carbono (CO2) da atmosfera.

Acho que é hora de tirar este sorriso do rosto, não, candidato? A situação é realmente preocupante. Ao seguir os passos de Donald Trump, que tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, o Brasil se transformará em um novo pária internacional. Não bastasse estar nos holofotes globais, graças aos escândalos de corrupção que surgem diariamente, mostraria ainda seu descaso não somente com um dos maiores desafios atuais da humanidade – enfrentar as mudanças climáticas -, mas com seus próprios cidadãos, que estarão reféns de um clima cada vez mais instável e agressivo, graças a políticos que negam uma realidade que está escancarada, com provas científicas, diante de seus olhos.

Leia também:
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Brasil ‘celebra’ aniversário do Acordo de Paris com subsídio multibilionário a petroleiras
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Sheila
Sheila
5 anos atrás

Vc poderia por favor colocar a fonte desta informação? Que Bolsonaro afirmou que se eleito tiraria o Brasil do Acordo de Paris… Grato.

Herica
Herica
5 anos atrás
Reply to  Sheila

eu vi e todo mundo que assiste telejornal também,é triste ter gente que ainda pensa assim depois de todas as provas que sentimos em nossa própria pele que o aquecimento global é um fato,pior ainda é um candidato a presidência dizer em rede nacional e ainda ter quem o defenda.Absurdo.

Sidnei Tadeu Mendes Guerra
Sidnei Tadeu Mendes Guerra
5 anos atrás

Sou contra a saída do Brasil do acordo de Paris mas sem os Estados Unidos quanto tempo este acordo durará.? Sem os E.U.A. outros países se retirarão como discurso de não financiar a poluição da Trumpland.

Dalcionei Luiz Torres
Dalcionei Luiz Torres
5 anos atrás

Curiosamente, apesar de ter sido intensamente criticado por tirar os Estados Unidos do acordo, Trump conseguiu colocar seu país no topo da lista das nações que mais reduziram emissões de carbono em 2017.

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