Brasil já tem telha solar com tecnologia 100% nacional

Brasil já tem telha solar com tecnologia 100% nacional

*Atualizado em 16/09/20

A tecnologia não é nova. Em 2016, Elon Musk, da Tesla, já tinha apresentado suas telhas solares. Elas foram desenvolvidas para serem mais eficientes, oferecer melhor isolamento térmico e terem o custo de instalação mais barato do que os painéis fotovoltaicos utilizados atualmente. Além disso, a ideia é que fossem esteticamente mais atraentes para os consumidores.

Mas agora, o Brasil ganha suas próprias telhas solares, com tecnologia 100% nacional. Fabricada pela Tégula Solar, do grupo, Eternit, e já aprovada pelo Inmetro, órgão que atesta a qualidade de produtos no país e fornece certificação para comercialização, as telhas são feitas em concreto com células fotovoltaicas, responsáveis por captar a energia solar e transformá-la em elétrica.

“A estimativa é que a tecnologia permita entre 10% e 20% de economia no valor total da compra e da instalação das telhas fotovoltaicas, em relação aos painéis solares, montados em cima de telhados comuns”, afirma Luís Augusto Barbosa, presidente do Grupo Eternit.

Brasil já tem telha solar com tecnologia 100% nacional

Para a geração de energia, a empresa utilizou a tecnologia de silício monocristalino, que apresenta uma vida útil de mais de 20 anos.

Ainda de acordo com a fabricante brasileira, a instalação das telhas fotovoltaicas é muito semelhante àquela de um telhado comum, por isso, não requer mão de obra especializada.

“A conexão elétrica entre as telhas é feita com chicotes pré-montados que utilizam conectores macho e fêmea de fácil conexão. O tamanho (365 x 475 mm) e o peso das telhas (5,2 kg/peça) facilitam o transporte até o telhado a ser instalado”, explica Luis Antonio Lopes, responsável pela área de Desenvolvimento de Novos Negócios.

Brasil já tem telha solar com tecnologia 100% nacional

As primeiras telhas solares, fabricadas na unidade da empresa em Atibaia (SP), serão disponibilizadas para instalação de projetos-piloto, com clientes selecionados, a partir do primeiro semestre de 2020. Posteriormente, a escala de produção será ampliada para que o produto seja comercializado em todo o país. A ideia é oferecer várias opções de cores e de acabamentos.

Energia solar: mercados nacional e global

A capacidade de energia solar instalada no Brasil no ano passado totalizava 2,4 GW (gigawat) – 1,2 GW desse montante foi adicionado em 2018.

Todavia, esse número ainda é muito baixo perto do mercado global. A China, 1º lugar no ranking internacional, investiu 45 GW no mesmo período, enquanto a Índia, que aparece em segundo lugar na lista, acrescentou 10,8 GW à sua capacidade de geração fotovoltaica.

Dentro do Brasil, o que cresce é o sistema de microgeração e minigeração distribuída solar em casas, empresas, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

No começo de agosto, juntos eles atingiram a marca histórica de 1 GW de potência instalada. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), atualmente o Brasil possui 93.597 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, somando mais de R$ 5,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do país.

*Dados Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica

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*No começo de setembro de 2020, as telhas fotovoltaicas brasileiras receberam o registro do Inmetro (já tinham a aprovação do instituto antes) e iniciou-se o iniciou de produção sob demanda na fábrica de Atibaia, no interior paulista, para projetos-pilotos em parceria com clientes selecionados em locais residenciais, comerciais e de agronegócio.

A comercialização para o grande público em todo o país está prevista para o primeiro semestre de 2021.

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Fotos: divulgação Eternit Solar

31 comentários em “Brasil já tem telha solar com tecnologia 100% nacional

  • 4 de janeiro de 2020 em 9:48 AM
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    100% NACIONAL, UMA OVA: Eternit AG, Suíça; 3S Swiss Sustainable Systems AG, Suíça. Telha Solar Sunslates SES Société d’Energie Solaire, Suíça: Esta telha solar da SES.

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    • 4 de janeiro de 2020 em 8:24 PM
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      André,
      A tecnologia foi desenvolvida no Brasil, daí afirmarmos que é 100% nacional.
      Abraço,
      Suzana

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      • 7 de janeiro de 2020 em 3:50 PM
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        mas se a propriedade é estrangeira, não é nacional. desculpa, tem algo errado nesse texto. é bom esclarecer o motivo pelo qual uma empresa brasileira pega uma tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros e patenteia em nome da sede estrangeira.

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        • 7 de janeiro de 2020 em 5:04 PM
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          Prezada Tatiana,
          A Eternit acaba de responder, através de e-mail, à dúvida de algumas pessoas: “Sobre os questionamentos dos leitores, eles devem ter confundido a Eternit do Brasil com outra empresa homônima existente na Europa. Os nomes são iguais, mas são empresas diferentes sem relação uma com a outra. A telha fotovoltaica está sendo desenvolvida e produzida pela Eternit, empresa brasileira fundada há 80 anos”.
          Abraço,
          Suzana

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      • 13 de janeiro de 2020 em 4:23 PM
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        Boa tarde me chamo João moro em Niterói Rio de Janeiro e gostaria de saber como fazer para participar dessa tecnologia como piloto ou seja testá-la grato e obrigado pela atenção dispensada

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        • 13 de janeiro de 2020 em 4:54 PM
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          Oi João,
          Para maiores detalhes, entrar em contato diretamente com a Eternit.
          Abraço,
          Suzana

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          • 8 de abril de 2021 em 11:34 AM
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            Bom dia
            Gostaria de fazer parte de experimento remunerado junto a tecnologia de telhas votovoltaicas ETERNIT.Como me candidato ?
            Luis Claudio,
            Porto Real,Rj
            Grato.

    • 7 de janeiro de 2020 em 5:03 PM
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      Prezado André,
      A Eternit acaba de responder, através de e-mail, ao seu comentário: “Sobre os questionamentos dos leitores, eles devem ter confundido a Eternit do Brasil com outra empresa homônima existente na Europa. Os nomes são iguais, mas são empresas diferentes sem relação uma com a outra. A telha fotovoltaica está sendo desenvolvida e produzida pela Eternit, empresa brasileira fundada há 80 anos”.
      Abraço,
      Suzana

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    • 12 de janeiro de 2020 em 6:00 PM
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      Boa tarde Suzana! Qual o peso da telha molhada e, o máximo de angulação permitido para instalação do telhado?

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      • 12 de janeiro de 2020 em 8:10 PM
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        Oi Izidoro,
        Estes tipos de detalhe o melhor é você perguntar diretamente à Eternit.
        Abraço,
        Suzana

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  • 4 de janeiro de 2020 em 9:27 PM
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    Pena que o Brasil não é um país sério. Com a taxação da ANEEL, a instalação desses sistemas vai diminuir muito. Eu, por exemplo, iria instalar, mas por enquanto desisti. Essa taxação, para mim, é um desaforo…

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    • 8 de janeiro de 2020 em 10:39 PM
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      Salve Cristofer, pode ficar tranquilo. Caiu essa taxação da ANEEL. O próprio presidente brecou o processo pois não tem cabimento taxar o sol. Até acho que esses monopólios vão tentar a todo custo criar alguma forma de o governo intervir pois a energia solar só beneficia os usuários apenas!
      Forte abraço.

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  • 5 de janeiro de 2020 em 9:46 AM
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    Bom dia pessoal da Eternit,
    Também sou fabricante de energia e sou Eng. De Produção e Bioenergético, no Brasil as pessoas não aceitam que Fabricamos aqui e seja nacional, até o BNDES diz que nossos produtos são nacionalizados. Mas geramos empregos aqui e nossos produtos acabam ficando com preço maior devido o custo Brasil. Melhor vocês se acostumarem a chamar de produto nacionalizado. Isso se dá porque quem gera à energia realmente são as células e o Brasil ainda não tem fabricante de células e vidros, mas já já teremos.
    Um abraço a todos e parabéns pela
    Coragem de fabricar telhas solares no Brasil.

    Abdias Edurado

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    • 13 de janeiro de 2020 em 4:24 PM
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      Olá Eduardo
      Tenho uma dúvida e você parece entender do assunto.
      Como funciona essa tecnologia? A energia é gerada somente quando há sol? Por exemplo, em dias nublados ou a noite não há geração de energia? Se for esse o caso a energia gerada com o sol fica armazenada de alguma forma?
      Desde já agradeço.

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  • 5 de janeiro de 2020 em 1:09 PM
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    Que matéria interessante. Sempre quis ter um espaço assim pra escrever sobre artigos sustentáveis.

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    • 13 de janeiro de 2020 em 5:33 PM
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      Como faço para participar moro em Barra de São João gostaria muito !!!

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      • 14 de janeiro de 2020 em 4:08 PM
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        Aroldo,
        É preciso entrar em contato diretamente com a Eternit.
        Abraço,
        Suzana

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  • 6 de janeiro de 2020 em 1:32 AM
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    Onde pesquiso o valor delas?e onde comprar?

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    • 6 de janeiro de 2020 em 1:59 PM
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      Daniella,
      Como o texto diz, “As primeiras telhas solares, fabricadas na unidade da empresa em Atibaia (SP), serão disponibilizadas para instalação de projetos-piloto, com clientes selecionados, a partir do primeiro semestre de 2020. Posteriormente, a escala de produção será ampliada para que o produto seja comercializado em todo o país”.
      Se você deseja mais informações, sugiro entrar em contato diretamente com a fabricante.
      Abraço,
      Suzana

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  • 7 de janeiro de 2020 em 6:44 PM
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    Também achei a matéria interessante, Suzana! O que me preocupa é o preço final ao consumidor e o peso da peça, superior a 5 quilos. Seu peso é mais que o dobro da telha colonial. Fora isso, achei a telha bonita, tem, opções de cores variadas, parece excelente o acabamento, enfim, creio que será (a depender do preço de comercialização) uma excelente opção surgindo no mercado brasileiro.

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    • 9 de janeiro de 2020 em 3:14 AM
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      José Nascimento de Souza, uma telha de concreto normal pesa entre 3,8kg a 4,5kg.

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    • 20 de janeiro de 2020 em 1:02 PM
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      Eu tb estou preocupado pelo peso da telha pois uma placa fotovoltaica pesa 27 kg e tem um diâmetro de 2 m2 é uma telha tem um diâmetro de 173 cm ou seja para completar uma placa o peso das telhas seria aproximadamente de 60 kg

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  • 9 de janeiro de 2020 em 5:22 AM
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    Qual o contato do fabricante?

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    • 9 de janeiro de 2020 em 4:35 PM
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      Veronilson,
      O link do site da fabricante está indicado no nome da empresa na reportagem. Basta clicar lá.
      Abraço,
      Suzana

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  • 9 de janeiro de 2020 em 7:03 PM
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    Olá Suzana, parabéns pelo esclarecimento, precisamos sim desta energia limpa, e sem a taxação da ANEEL o consumidor fica mais a vontade para instalar seus painéis solares ou estas telhas, que achei bem mais interessante.

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  • 13 de janeiro de 2020 em 9:55 PM
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    entrei no site e nao vi nada relativo a telha fotovoltaica

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  • 15 de janeiro de 2020 em 2:14 PM
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    Suzana, obrigado pela matéria e parabéns pela tua paciência com esses entes que, não dispuseram uma crítica saudável mas, ornejaram bastante com muita falta de educação, abraço.

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  • 22 de abril de 2021 em 11:43 PM
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    O grande fator de construção de telhas solares não esta na telha em sí , pois, até as crianças do ensino fudamental estão fazendo isto em suas aulas de ciências. O mais preoculpante disto tudo é a forma de como é armazenado esta energia. 70% do custo de um kit esta nas baterias que são carissímas e possuem um tempo de vida curto comparado as telhas em sí.
    É preciso ter cuidado na escolha destas pois algumas precisam de cuidados e manutenção. Caso decida comprar as baterias mais baratas e fazer uma divida de 10 anos saiba que você vai precisar comprar novas baterias antes que consiga pagar sua dívida fazendo assim uma nova dívida tornando um cíclo vicioso.
    Em fim se todos de repente decidirem optar por energia solar. Em poucos anos o Brasil será o maior produtor de resíduos tóxicos do mundo. Pois as baterias liberam gases e líquidos altamente prejudiciais ao meio ambiente contaminando a terra a água e o ar.

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  • 28 de fevereiro de 2023 em 11:13 PM
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    Caso você opte por conectar sua produção doméstica a rede da fornecedora de energia de sua região você estaria “vendendo” energia para a rede de dia e “comprando” a noite. Pagando a diferença caso gaste mais ou recebendo créditos para o mês seguinte, quando por questões climáticas pode ser que faça menos sol. Nesse caso a bateria não seria necessária. No entanto há um passo a passo burocrático para que isso seja realizado: há a necessidade de um documento feito e assinado por um engenheiro elétrico, de uma visita de checagem por parte da fornecedora de energia… e mais alguns entraves que garantem que tudo seja feito de forma segura pra você e todos os outros usuários da rede.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.