Barbie homenageia ícones femininos para promover o empoderamento das mulheres

Barbie

Durante muitos anos, a marca de bonecas Barbie disseminou o conceito da “beleza estereótipo”, vendida pela publicidade como a da “perfeição”: mulheres loiras, magérrimas, de seios grandes e cintura finíssima. Apesar de ser o sonho de consumo de milhões de meninas ao redor do mundo, ela simplesmente não refletia a realidade, nem a diversidade das pessoas.

Mas como outras empresas, felizmente, a marca se deu conta de seu papel social e está readequando seu marketing, retratando as diferenças e a pluralidade das mulheres.

Na semana passada, para celebrar o Dia Internacional da Mulher, foram lançadas novas personagens da coleção Mulheres Inspiradoras: a artista e ativista mexicana Frida Kahlo; a primeira aviadora a atravessar o Oceano Atlântico, a americana Amelia Earhart; e a física, cientista espacial e matemática da Nasa, Katherine Johnson.

Segundo a Mattel, fabricante das bonecas Barbie, o objetivo da coleção é empoderar e incentivar meninas a serem tudo que quiserem.

A cientista negra Katherine Johnson era um gênio dos cálculos em voos espaciais:
participou do projeto que levou o homem pela primeira vez ao espaço

Desde 2015, outros 14 ícones femininos já foram homenageados pela marca, entre eles, a ambientalista australiana Bindi Irwin; a cineasta americana Patty Jenkins; a boxeadora e medalhista britânica Nicola Adams; a atleta de windsurf turca Çağla Kubat; a imigrante iraniana, agora designer e empreendora na Alemanha, Leyla Piedayesh e a atriz e ativista chinesa Xiaotong Guan.

Amelia Earhart desafiando comportamentos da época e
quebrou recordes mundiais na aviação

Em dezembro, como noticiamos aqui, a Mattel também já tinha dado outro importante passo rumo a um marketing mais inclusivo, quando, em seu Instagram, a Barbie apresentou sua nova amiga, Aimee Song, revelando o engajamento das duas na causa gay e na prevenção do suicídio de jovens.

A expansão do universo infantil feminino

Nos últimos anos, tem ficado cada vez mais forte um movimento mundial para acabar com os estereótipos na infância. Alguns fabricantes de brinquedos finalmente perceberam que meninos e meninas podem compartilhar dos mesmos gostos. Que elas, por exemplo, podem se imaginar astronautas voando pelo espaço.

Nos Estados Unidos, outro exemplo desta tendência são as bonecas Lottie, uma das pioneiras a oferecer um novo universo de possibilidades para as meninas. Concebidas para serem um exemplo positivo e de estímulo à imaginação – “empoderamento da infância”, segundo a empresa -, elas não têm vestidos de festa, presilha na cabeça ou um carrinho de bebê. Não usam maquiagem, joias ou salto alto. Mas podem ser encontradas em modelos como a da Lottie astronauta, que vem com telescópio, tripé e um folheto com o nome das grandes mulheres da astronomia, a Lottie arqueologista e sua maleta com lupa e fósseis ou ainda, a lutadora de karatê ou a jogadora de futebol.

A Lego também se deu conta do sexismo há alguns anos. Até 2011, 90% dos consumidores dos bloquinhos de montar eram meninos. Então a empresa dinamarquesa acordou para a realidade e decidiu investir numa série para meninas, chamada Lego Friends. Foi um sucesso estrondoso!

Esse movimento que quer acabar com o sexismo e o estereótipo no mercado de brinquedos e da moda é conhecido como STEM. A sigla representa as iniciais em inglês de quatro carreiras profissionais conhecidas por terem poucas mulheres: Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Nos Estados Unidos, estima-se que 84% das posições nestas áreas são ocupadas por homens.

No mundo todo, 86% dos engenheiros são homens. Isso significa que eles são melhores neste setor e que as mulheres não gostam desta área? Não! Significa que desde muito cedo, meninas são desencorajadas a investir em carreiras como esta. E como resultado, a perspectiva feminina nunca é levada em conta em estudos e desenvolvimento de novas tecnologias.

Estudos revelam que aos 3 ou 4 anos de idade, as crianças começam a formar sua identidade e neste momento, estabelecem em sua mente o que é “apropriado” para meninos e meninas. Então, o quanto mais cedo conseguirmos derrubar estereótipos, melhor.

Outra fabricante de brinquedos americana, que defende o fim do sexismo, é a Goldie Blox. Criada por Debbie Sterling, uma engenheira mulher, a marca estimula o raciocínio rápido e a criatividade das meninas. Antes de sua marca se tornar um imenso sucesso nos Estados Unidos, ela ouviu o seguinte comentários de profissionais de marketing “peças de montar e de engenharia não funcionam com meninas”.
Puro engano. Atualmente a Goldie Blox é uma das marcas mais vendidas em lojas como Amazon e Toys”r”Us.

Fotos: divulgação Barbie, Lottie, Lego e Goldie Blox 

4 comentários em “Barbie homenageia ícones femininos para promover o empoderamento das mulheres

  • 13 de março de 2018 em 3:02 PM
    Permalink

    Infelizmente não penso como você!!
    É somente $.
    Frida está sem detalhes que a fizeram única. Suas famosas sombrancelhas juntas e seu imperdível buço. Ela nao pode representar essa mulher a que a empresa e você se referem. Foi dominada pelo seu marido etc etc até nas roupas que vestia( determinadas por ele)
    Mas sua arte: a Frida suas produções são inigualáveis.
    Retratam você!!

    Resposta
    • 13 de março de 2018 em 4:50 PM
      Permalink

      Márcia,
      Obrigada pela sua mensagem! E primeiramente, a respeito completamente. Mas só para seu conhecimento, a boneca foi desenvolvida e aprovada junto com a Fundação Frida Kahlo, no México.
      Abraço,
      Suzana

      Resposta
      • 13 de março de 2018 em 7:25 PM
        Permalink

        Eu tenho conhecimento disso Suzana, mas não invalida nenhuma colocação! Hoje a Findacao depende de doações e tudo o mais. Agora uma coisa: só não entendo porque a descarectizaram!?
        Abraços

        Resposta
        • 18 de março de 2018 em 9:56 AM
          Permalink

          É verdade!

          Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.