Após resgate e tratamento, tartarugas são devolvidas ao mar no litoral de São Paulo

Após resgate e tratamento, tartarugas são devolvidas ao mar no litoral de São Paulo

Há cerca de seis meses, uma tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) foi encontrada na areia da praia de Indaiá, em Bertioga. Abaixo do peso e com grande quantidade de cracas por todo o corpo, apresentava sinais de afogamento, ingestão de lixo e parasitose.

Já a tartaruga-verde (Chelonia mydas) havia encalhou em março, na Praia de Itaquitanduva, em São Vicente. Foi achada por turistas e apresentava um anzol ao redor da nadadeira.

Ambos os animais, foram resgatados pela equipe do Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna. Nos últimos seis meses, as tartarugas receberam tratamento veterinário. Além de passar por exames, a tartaruga-de-pente teve sua dieta normal retomada:  à base de peixes e, posteriormente, crustáceos. Conseguiu atingir agora o peso considerado ideal: 21kg.

A tartaruga-verde também ganhou peso no período que passou junto com os profissionais do Gremar, mas precisou fazer uma cirurgia.

Recentemente, no início de agosto, com boas condições de saúde, as duas tartarugas foram levadas de volta à natureza. Elas foram reintroduzidas em alto mar, na região do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos.

Soltura da tartaruga-de-pente

O trabalho feito pelo instituto é vital para a preservação da vida marinha. O Gremar faz o monitoramento de praias da bacia de Santos para avaliar o impacto da produção de petróleo na região sobre aves, tartarugas e mamíferos.

Desde 2004, a ONG oferece também cursos de capacitação profissional, atividades de educação ambiental e atendimento de emergências a animais. Nestes 13 anos, já foram 3 mil ocorrências.

Em risco de extinção

A tartaruga-de-pente é considerada a mais tropical de todas as tartarugas marinhas. Ela pode ser encontrada em mares tropicais e por vezes, sub-tropicais, dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Infelizmente, está na lista dos animais criticamente ameaçados de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

No Brasil, esta espécie costuma ter até 110 cm de comprimento e pesa, em média, 86 kg. Em geral, escolhe como habitat áreas de recifes de corais e águas costeiras rasas. Todavia, pode ser observada, ocasionalmente, em águas profundas.

Correndo menor risco, mas ainda assim, tida como ameaçada pela IUCN, a tartaruga-verde, também chamada de aruanã, habitualmente vive em águas costeiras com muita vegetação (áreas de forrageio), ilhas ou baías onde estão protegidas, sendo raramente avistadas em alto-mar.

Linda e majestosa: uma tartargua-verde

Maior do que a tartaruga-de-pente, a verde pode pesar até 160 kg e ter 143 cm de comprimento.

Suas áreas de desova no país são as ilhas oceânicas de Trindade, Reserva Biológica do Atol das Rocas e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.

De acordo com o Projeto Tamar, referência no país na proteção das tartarugas marinhas, as principais ameaças a estes animais são a pesca, o aumento do desenvolvimento costeiro, a poluição e o trânsito de veículos nas praias de desova.

Informações: Projeto Tamar

Fotos: divulgação Instituto Gremar e Kris-Mikael Krister/Creative Commons/Flickr (tartaruga-verde)

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.