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Após diversas mortes, autoridades americanas recomendam que cigarros eletrônicos não sejam mais usados

Após diversas mortes, autoridades americanas recomendam que cigarros eletrônicos não sejam mais usados

*Atualizado em 14/10/2019

Os cigarros eletrônicos chegaram ao mercado como uma alternativa “saudável” aos cigarros tradicionais. Como se isso fosse possível. Vendidos há mais de uma década, nos últimos anos, eles começaram a atrair uma faixa etária que tinha passado incólume ao tabagismo: os jovens. Só nos Estados Unidos, estima-se que 1,5 milhão de adolescentes estejam fumando. Ou melhor, vaping.

Com um marketing poderoso, as indústrias dos e-cigarettes (nome em inglês), lançaram versões que agradaram em cheio esse público. São os cigarros com sabores, como manga, melancia, morango, menta e uva. A marca mais conhecida entre os americanos é a Juul, que somente em um ano, entre 2017 e 2018, viu suas vendas cresceram em 78% entre os estudantes daquele país.

Mas não é só. Alguns também usam o aparelho para fumar maconha, ou mais especificamente, uma substância do óleo da planta.

Acontece que nas últimas semanas, 26 usuários de cigarros eletrônicos morreram nos Estados Unidos e foram registrados mais de 1.299 mil casos de pessoas hospitalizadas com problemas respiratórios graves, associados ao vaping.

Os médicos americanos ainda não conseguiram descobrir exatamente a causa do problema. Não sabem se ele é causado pelo aparelho ou pelas substâncias utilizadas – muitos usuários confessaram utilizar o aparece com THC líquido. Mas a recomendação dos especialistas e dos órgãos governamentais é uma só: parar de usar o cigarro eletrônico.

Em um estudo divulgado, em 02/10, na publicação New England Journal of Medicine, pesquisadores analisaram a biópsia de pulmão de 17 pessoas usuárias do e-cigarettes e constataram que elas apresentavam ferimentos similares àqueles produzidos por queimaduras de substâncias tóxicas.

Na semana passada, o presidente Donald Trump afirmou que o governo estuda proibir a venda dos cartuchos com sabores, como forma de inibir o consumo entre os jovens. Já o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, anunciou que sua fundação investirá US$ 160 milhões em um projeto para combater o vaping entre os jovens.

Nas cortes, os processos também já começaram. O estado da Carolina do Norte está processando a Juul por “deliberadamente desenvolver os sabores, a aparência e até, a composição química dos cigarros eletrônicos, para atrair o público jovem, incluindo menores de idade”.

Cigarro eletrônico: fique longe dele!

Esses dispositivos eletrônicos funcionam a bateria. Contém um cartucho que armazena nicotina líquida, água, substâncias aromatizantes e solventes, como glicerina e propilenoglicol. 

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), principal entidade de pesquisa e tratamento no país sobre essa doença, alerta sobre o uso do aparelho: ele não é um produto inócuo, tem substâncias cancerígenas e aditivos com sabores, com efeitos tóxicos ainda desconhecidos sobre a saúde.

Ainda segundo o INCA, estudos já comprovaram que o cigarro eletrônico aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma.

Os médicos brasileiros também destacam que os efeitos de longo prazo na saúde, decorrente das inúmeras substâncias presentes no vapor dos e-cigarettes, ainda não são completamente conhecidos. “O consumo dos cigarros eletrônicos não é recomendado. Qualquer produto derivado do tabaco causa dependência e é prejudicial à saúde”, adverte Andrea Reis, da Divisão de Controle do Tabagismo, do INCA. 

De acordo com informação do site do Ministério da Saúde, os cigarros eletrônicos não são permitidos no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização, importação e propaganda de quaisquer Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF). Todavia, nas ruas, é possível ver jovens e adultos “vaping”.  

*Com informações do The Guardian e The Washington Post

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*Texto alterado para atualizar o número de vítimas e pacientes internados e inclusão de novo estudo sobre o problema.

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Foto: pixabay/domínio público

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