Ao professor, com carinho e reconhecimento

professor e aluno na sala de aula

Há pouco tempo, meu filho mais velho, João Eduardo, de 11 anos, chegou em casa com uma novidade. Apaixonado por futebol, disse que se não conseguisse ser jogador, iria ser professor de Matemática. A decisão (ainda para lá de precoce) tem um motivação clara: seu professor de Matemática na escola.

Adorado por todos os alunos da classe do João e de outras salas de 6º ano, o professor Marco é um daqueles docentes que não esconde o amor – e a dedicação – ao magistério. Com apenas 25 anos, consegue atrair a atenção da garotada com uma linguagem jovem e contemporânea, mas sem perder o foco no conteúdo. Dá broncas quando necessário, brinca, mas de maneira competente, ensina e faz com o que as crianças aprendam. Mais que isso, adorem a Matemática e estampem um sorriso, de lado a lado no rosto, toda vez que conseguem nota 10 na prova e no boletim.

No dia a dia corrido, em que as redes sociais e um mar de informações chegam até nós através dos meios de comunicação, e mais e mais, por meio do celular e do computador, acabamos nos esquecendo do papel importantíssimo que este profissional tem em nossa sociedade. Depois da família, são eles os formadores de nossas crianças. É na sala de aula que nossos filhos aprenderão não somente lições de Matemática, Português e Ciências, mas de ética, cidadania e respeito ao próximo.

É só fechar os olhos e puxar bem forte pela memória. Todo mundo tem algum professor que marcou para sempre sua vida escolar. Foi aquele que deu atenção especial em um momento difícil quando você enfrentava um problema em casa ou aquele que fez você amar e nunca mais esquecer aquela matéria sobre a civilização grega na aula de História.

Pode ter sido ainda aquele que deu um puxão de orelha na hora que você precisava ou que mostrou que raiz quadrada não era um bicho de sete cabeças.

De nada adianta todas as informações que a busca do Google oferece aos estudantes de hoje, se ao lado deles, não houver um professor para transformá-las em conhecimento.

Em muitos países, uma das profissões mais bem remuneradas e valorizadas é a do professor. Infelizmente, esta ainda não é uma realidade no Brasil. Temos que mudar isso. Se o nosso discurso é que através da educação conseguiremos melhorar nosso país, o primeiro passo é dar o real valor aos docentes. Na mão dos professores brasileiros está o futuro que queremos. De Norte a Sul do país, são eles que influenciarão de maneira positiva ou negativa o sonho de nossos filhos.

Existem outros milhares de Marco espalhados por aí. E mais outros milhares de potenciais Marco. Para abraçar a profissão, eles precisam de incentivo, valorização e remuneração adequada com a importância do que fazem. Porque ainda há muitos professores que pegam dois, três ônibus por dia para chegar até seus alunos. Outros caminham quilômetros para poder dar aula a populações mais carentes. São guerreiros, que não desistem.

marco-malzone-alunos-dia-professor-800

O professor Marco Malzone (de camisa vermelha) rodeado por seus alunos do 6o ano

São muitas as entidades e organizações no Brasil que trabalham para melhor capacitar e estimular o trabalho na sala de aula. Entre elas, está a Fundação Lemann, que criou o site Conselho de Classe, um canal de diálogo com professores de todo Brasil. Nele, os docentes podem debater questões sobre os problemas do dia a dia na escola, além de trocar experiências e preocupações.

A fundação também realizou uma pesquisa*, que revela a visão dos professores sobre a educação no país, e produziu este lindo e emocionante vídeo que você assiste abaixo, em que alunos revelam como a relação com os professores os inspira para as escolhas que farão no futuro.

Esta é a nossa homenagem, do Conexão Planeta, a este 15 de Outubro, Dia do Professor:


*Conselho de Classe – uma visão dos professores sobre a educação do Brasil


Fotos: Fundação Lemann (abertura) e arquivo pessoal João Eduardo Miranda

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.