A Amazônia pode provocar mudanças gigantes em nossa maneira de ver o mundo

A Amazônia mexe com nossas entranhas. Reflita sobre a vida enquanto estiver na floresta. Deixe que ela fale contigo. Repare no senso de humildade que vem. Na intuição que aflora. Em seus sonhos, pois eles podem trazer mensagens!

Saia dessa vida turbulenta de fazer, fazer e fazer. Olhe um pouco mais para o Norte do país. Desligue o celular e o computador e, por uma semana, coloque os pés na terra no meio da trilha, veja o pôr do sol e o reflexo de todas as cores do céu refletidas nos rios, tome um banho de chuva torrencial de braços e boca bem abertos, nade nas águas aveludadas e quentes do Rio Negro, repare no casal de araras vermelhas cruzando o céu todo fim de tarde!

Nos braços da Mãe Floresta, chore suas lágrimas e sorria suas conquistas. Repare que a vida é muito mais do que tudo isso que assistimos na TV ou lemos nos jornais ou na internet. Olhe para o lado e veja o brilho nos olhos dos ribeirinhos que, aparentemente, têm tão pouco comparado aos nossos padrões consumistas – mas são tão ricos!

Peça à floresta que inspire respostas às suas perguntas. “O que fazer da vida?”, “por onde seguir?”, “como curar meu feminino?”, “me demito?”, “por que me sinto insatisfeito (a)?”, “como recuperar o entusiasmo?”, “o que falta para conseguir atrair prosperidade?”, “qual é o propósito da minha alma?”. Pergunte à floresta e ela vai te responder. Confie. Se entregue.

A floresta não se comunica com nossas mentes. Ela fala apenas com nossos corações. De repente, vem o sentimento. De repente, olhando para as estrelas desde aquela rede, surgem os insights. Ainda, de repente, nadando com os botos, compreendemos o que é alegria de viver.

Por que digo isso? Porque esta é minha experiência. E não apenas minha, mas de todas as pessoas que conheço e que um dia visitaram a Amazônia. Inevitavelmente, corações abertos voltam para casa modificados para sempre. Esta floresta reconfigura nossas almas de uma maneira que nem eu e nem a Ciência conseguimos explicar.

Em minha vida, o impacto da Amazônia é imenso. Sinto que sua energia feminina, ela nos conecta com nossa essência mais profunda. Dentro dela, inevitavelmente olho para dentro de mim e compreendo as peças que estão faltando para que eu me sinta mais plena. Além disso, nela eu sinto Deus, sinto sua pulsação, compreendo que a abundância é natural quando nos alinhamos com o que verdadeiramente importa para a nossa alma.

Por saber do poder curativo da floresta em nossas vidas, passei a organizar viagens para lá, chegando em Manaus e partindo dali e pelo Rio Negro, para o meio da mata. Estimulo, em quem viaja comigo, reflexões profundas. Falo, sim, sobre o que é a Amazônia e sua importância para o mundo, mas principalmente levo os viajantes a participarem de uma jornada de experimentação e transformação no seio da floresta, onde a ponte entre nosso coração e ela acontece por meio de cânticos, meditações, viagens xamânicas, defumações e passeios recheados de contemplação e silêncio durante os dias, as tardes e as noites. Só nós e a floresta, todo o dia, todo o tempo.

Te convido para ir para lá junto comigo e a se presentear com o sentir a essência de seu próprio SER abraçado pela maior e mais poderosa floresta do planeta. Nunca sou a mesma depois que a visito – e já faço isso há 12 anos! Sempre volto de lá com mais amor por mim mesma, mais conexão com o planeta e mais pronta para a vida. Se quiser saber mais sobre a próxima viagem que farei, dê uma olhada no programa. Para manter a atmosfera intimista, as vagas são limitadas.

Para terminar este post, trago ao seu olhar as palavras da Fê Cortez, que tive a honra de levar para conhecer a Amazônia desse jeitinho todo especial, que acabei de contar:

“A Amazônia é forte, a Amazônia é muito forte. A energia da floresta é algo que nunca tinha vivenciado, que nunca imaginei. Tocar numa árvore com mais de 600 anos, a sumaúma, é no mínimo fazer seu coração disparar. Fez o meu, e mais do que isso, fez minha mão tremer, muito. Mas meditar sob os pés dessa árvore, em silêncio absoluto da mente, porque a floresta não para, a floresta tem sons que te surpreendem a cada instante, é aprender importantes lições. É conectar a nossa essência à rede, à teia, à essência do que muitas vezes esquecemos que somos NA-TU-RE-ZA. Assim mesmo, em CAPS e separado, pra ver se a gente lembra disso.

Lá é muito clara a noção da teia, da rede, de que tudo, absolutamente tudo, está interligado. E isso é zero bicho grilo. A Física Quântica e a Biologia, bem como a complexa teoria de sistemas estão aí pra provar que sim, tudo que se faz aqui, ecoa ali. E o ali pode ser na Ásia. É tudo energia, e como a energia da floresta é forte e nos abastece. E só se tem essa noção lá. Conectada aos sons, aos cheiros, aos gostos e aos mistérios da floresta.

São tantas coisas pra falar e pra lembrar e pra me emocionar. Mas não precisa, a Amazônia fala por si, como diz a Karina Miotto, minha amiga e potencializadora de pessoas como eu gosto de dizer, a Amazônia ensina, a floresta fala e ela te chama. E graças à Karina eu pude vivenciar essa reconexão comigo mesma, com o meu propósito de vida, com meu caminho, meus desafios e minhas virtudes. Seu projeto, o Reconexão Amazônia, é uma das coisas mais incríveis que já vivi. Karina, gratidão por ter me levado, e com toda sua generosidade, ter facilitado essa vivência na floresta”.

A Amazônia nos faz enxergar a vida de outra maneira. “Depois de estar na floresta, eu tive uma dessas epifanias que acontecem às vezes: entendi o mundo!”, me contou um empolgado Ismar Rachmann, diretor de teatro. Já Cristina Broglia teve outra experiência, também compensadora: “É uma sensação de natureza que te abraça”. Para a jornalista Marcia Pimenta, fica a forte lembrança do impacto deste encontro: “A Amazônia é poderosa, cheia de força e energia”.

Só indo para saber.  Como diria o poeta amazonense Thiago de Mello:

Filho da Terra, a Floresta
é a mais luminosa bênção
que a Natureza te deu”

Se a floresta te chamar, ouça. Ela tem presentes para você.

Foto: Providence Doucet

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Karina Miotto

Conectada com a força da floresta – guiada, protegida e inspirada por ela. Jornalista ambiental, educadora e fundadora do Reconexão Amazônia. Há mais de uma década tem se dedicado a proteger a Amazônia, onde morou por cinco anos. Mestre em Ciências Holísticas pela Schumacher College, Inglaterra, é formada em Educação para a Sustentabilidade pelo Gaia Education e Vivências com a Natureza pelo Instituto Romã.