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Alertas de desmatamento da Amazônia têm alta de 321% em agosto

Alertas de desmatamento da Amazônia têm alta 321% em agosto

Os incêndios que assolam a Amazônia este ano, chamando atenção para a falta de políticas ambientais do atual governo, continuam à todo o vapor na floresta.

Em um novo sobrevoo realizado pelo Greenpeace na quinta-feira (05/09), pelo norte do Mato Grosso e sudoeste do Pará, encontramos incêndios e uma parede de fogo com mais de 15 quilômetros de comprimento. Foram mais de 7,5 horas voando através da fumaça e fuligem, com visibilidade extremamente reduzida.

A confirmação dos pontos indicados pelo satélite, apesar de trágica, não chega a ser uma surpresa, já que os incêndios florestais estão intimamente ligados ao desmatamento e os alertas de desmatamento vinham subindo desde o início do ano.

“O fogo é usado para preparar pastos e terra para agricultura, mas também faz parte do processo de desmatamento em si, quando é usado para finalizar a destruição da floresta. Depois que as maiores árvores são cortadas, os desmatadores ateiam fogo à mata para queimar a vegetação que ainda resistir na área”, explica Rômulo Batista, da campanha Amazônia do Greenpeace.

De janeiro a agosto, o número de focos de incêndios na Amazônia cresceu 111%, em relação aos números do mesmo período do ano passado. Um aumento que tem acompanhado a tendência de crescimento nos alertas de desmatamento.

Desde o início do ano até o final de agosto, a área de alertas de desmatamento aumentou 75%, na comparação com o mesmo período de 2018, e continua a crescer.

De acordo com os dados mais recentes do Deter, publicado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), só em agosto a área com alertas de desmatamento foi 321% maior, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 1.664 km² com alertas de desmatamento.

O Deter é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia. Em operação desde 2004, o sistema foi desenvolvido para alertar e servir de suporte à fiscalização e controle do desmatamento e da degradação florestal realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e demais órgãos ligados a esta temática.

“O governo vem acompanhando o aumento dos alertas desde o início do ano, mas ao invés de usar estes dados para agir contra seu avanço, a diretriz foi negar os fatos e chamar os pesquisadores de mentirosos. O resultado está aí, queimadas e destruição consumindo a Amazônia”, afirma Batista.

O aumento nos focos de incêndio na Amazônia tem uma causa: a deliberada falta de ação do governo Bolsonaro diante dos desafios de proteger a Amazônia.

“É como se o governo, vendo a floresta pegar fogo, estivesse preparando os marshmallows para apreciar o momento. Para combater o problema, o governo planeja uma grande campanha publicitária. Mas parece que ações de prevenção e controle não serão tomadas sem pressão popular”, observa Rômulo Batista.

Agosto foi apenas o primeiro mês da temporada seca na Amazônia, a tragédia, infelizmente, está apenas começando.

Alertas de desmatamento da Amazônia têm alta 321% em agosto

*Texto publicado originalmente em 10/09/2019 no site do Greenpeace Brasil

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Fotos: Chico Batata/Greenpeace

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