“Albatroz na Escola”: programa de educação marinha chega a São Paulo

 “Albatroz na Escola”: programa de educação marinha gratuito chega a São Paulo

Vaidoso e forte, Téo é o líder da Albatrupe. Ele é um Albatroz-de-sobrancelha-negra (Thalassarche melanophris). Seu melhor amigo é Fred. Brincalhão, engraçado, extrovertido e muito leal aos amigos, ele é um Albatroz-de-nariz-amarelo-do-Atlântico (Thalassarche chlororynchos). Ao lado de Tina, Tristão, Judith, Alba e Sophia, outras espécies de albatroz e petréis (ave marinha, da mesma família do albatroz), todos vivem juntos grandes aventuras.

Produzidos pela LightStar Studios, que já participou da elaboração de filmes infantis como ‘A Era do Gelo’, ‘Mulan’, ‘Snoopy’ e ‘Asterix’, os personagens acima fazem parte do programa “Albatroz na Escola”, desenvolvido para sensibilizar os jovens sobre a importância da conservação de albatrozes e petréis.

Criado em 2011, pelo Projeto Albatroz, o programa de educação marinha tem como público alvo estudantes do Ensino Fundamental II e Médio, que participam da gincana “Navegando no Mundo das Aves Marinhas”, um quiz dinâmico e interativo. Durante o jogo de perguntas e respostas, são exibidas as animações com a Albatrupe e abordados temas como características biológicas das aves, problema do lixo nos oceanos e a principal ameaça que enfrentam atualmente: a captura em redes de pesca (leia mais sobre o assunto ao final deste post).

Cada personagem da Albatrupe foi criado levando em conta as características mais próximas da ave real, ou seja, suas personalidades se aproximam de seu comportamento biológico. Tristão, por exemplo, é um personagem especial. Por ser um Albatroz-de-Tristão (Diomedea dabbenena), a espécie mais ameaçada de extinção dentre as aves do grupo, ele é medroso, inseguro e sensível. Já Alba é um Albatroz-viageiro (Diomedea exulans), por isso mesmo, tem sempre muitas histórias para contar.

Nos últimos cinco anos, o programa de conscientização ambiental já passou por escolas da Baixada Santista, Rio de Janeiro (capital), Cabo Frio (RJ), Itajaí (SC), Rio Grande (RS) e Itaipava (ES). Agora ele chega à capital paulista. De maio a junho deste ano, as inscrições estão abertas para escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo que queiram receber as atividades. A gincana é totalmente gratuita e o programa será realizado com as escolas cadastradas até o final do ano.

Os interessados em participar – escolas e professores -, devem entrar em contato o Projeto Albatroz através dos seguintes e-mails cranieri@projetoalbatroz.org.br ou estange@projetoalbatroz.org.br.

Os vídeos que são exibidos na Gincana Albatroz também estão disponíveis para cinemas, entre outros espaços exibidores, de forma gratuita.

Outro material que pode ser usado em salas de aula de todo o Brasil são as animações Albatrupe. Os dez vídeos de um minuto cada estão disponíveis no canal do Youtube do Projeto Albatroz.

 A ameaça ao albatroz

Das 22 espécies de albatrozes identificadas por biólogos, atualmente 17 estão ameaçadas, em algum grau de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Das seis espécies da ave presentes na costa brasileira, todas correm risco de extinção. Entretanto, é o albatroz-viageiro, que mais preocupa os pesquisadores.

A população desta espécie está diminuindo em taxas anuais alarmantes. A principal causa do declínio de diversas populações de albatrozes é a captura não-intencional pelos barcos que usam espinhel pelágico, uma técnica de pesca industrial utilizada em águas profundas para apanhar atuns, espadartes e tubarões (vendidos comercialmente como cação). O problema é que, atraídos pelas iscas do espinhel, os albatrozes ficam presos nos anzóis e morrem afogados.

Além do programa de educação marinha, o Projeto Albatroz trabalha em parceria com governos, empresas pesqueiras e pescadores para proteger os albatrozes e petréis, e também no desenvolvimento de pesquisas – que servem, entre outras coisas, para ajudar na tomada de decisão de políticas públicas para a preservação destes animais.

Assista abaixo uma das animações da Albatrupe:

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Imagem: divulgação Projeto Albatroz

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.