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Agosto sem chuva agrava crise no Cantareira

represa cantareira vazia e seca

A crise hídrica deixou de aparecer na primeira página dos jornais e sites de notícias, mas o problema de escassez de água, principalmente na região Sudeste do país, ainda é extremamente grave.

De acordo com o boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Sistema Cantareira continua no negativo, ou seja, opera com -11,6% de sua capacidade. Este índice leva em conta que a água que sai atualmente do reservatório está sendo retirada do segundo volume morto da represa.

Pelo quarto mês seguido, entre abril e julho, o Cantareira recebeu menos chuva do que o esperado. Isto porque esta é uma época do ano já conhecida como sendo de seca. Só no mês passado, ele perdeu 10,8 bilhões de litros de água. O sistema, o maior da Grande São Paulo, já foi responsável por abastecer 8,8 milhões de pessoas, mas com a estiagem prolongada, houve remanejamento e hoje ele leva água para a casa de 5,3 milhões de habitantes.

Recentemente a Sabesp e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) pediram à Agência Nacional de Águas (ANA) a permissão para que a retirada de água do volume morto do Sistema Cantareira fosse ampliada, já que obras emergenciais, prometidas pelo governo estadual, como a interligação da Represa Billings com o Sistema Alto Tietê, não ficaram prontas a tempo. “Continuar operando com o volume morto traz grandes preocupações sobre as chances de recuperação de suas represas no curto prazo”, alerta a arquiteta e urbanista Marussia Whately, uma das idealizadoras do movimento Aliança pela Água, coalizão de entidades unidas pela segurança hídrica do país.

Segundo a especialista, a grave situação que enfrentamos  é resultado da combinação de um evento climático extremo com problemas históricos de gestão, agravados pela péssima situação em que se encontram nossas represas e rios. “Precisamos avançar em  medidas para atenuar os efeitos da crise, que incluem o uso de águas não potáveis por meio de reúso e cisternas; prevenção de doenças de veiculação hídrica e assistência às populações mais vulneráveis à falta de água”. Marussia recomenda ainda ações como a  recuperação de mananciais; transparência e participação da sociedade na construção de soluções e políticas públicas e ampla divulgação das causas e propostas por parte dos veículos de imprensa.

Este já é o segundo ano que a maior capital do Brasil sofre com a falta de chuvas. E a situação pode ficar ainda pior. O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) prevê que este trimestre – agosto, setembro e outubro – seja um período de estiagem para a região central do país e que só a partir de outubro, ocorra aumento gradual de chuvas. A previsão indica ainda que o calor continuará: deverão ser registradas temperaturas acima dos valores normais na maior parte do país.

Veja como está o Sistema Cantareira:

gráfico mostra volume do sistema cantareira

 

Foto: Luiz Augusto Daidone/Fotos Públicas

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