Acordo internacional cria na Antártica a maior reserva de proteção marinha do mundo

Acordo internacional cria na Antártica a maior reserva de proteção marinha do mundo

Como não comemorar uma notícia como essa? Depois de cinco anos de árduas negociações, foi anunciada na última sexta-feira, (28/10), a criação no Mar de Ross, na Antártica, do maior parque de conservação de vida marinha do mundo e o primeiro em águas internacionais. Cientistas consideram a área o último ecossistema marinho intacto do planeta e por isso mesmo, sua proteção é vital.

O acordo foi assinado pelos membros da União Europeia e outros 24 países. A decisão, tomada durante o encontro da Comissão para a Conservação dos Recursos da Vida Marinha na Antártica (CCAMLR, na sigla em inglês), ocorreu na Austrália. A proposta para a criação da reserva havia sido feita, em conjunto, por Estados Unidos e Nova Zelândia, em 2011.

O Mar de Ross fica localizado no Oceano Antártico, ao sul da Nova Zelândia. Na região, é produzido 75% dos nutrientes responsáveis por alimentar a vida marinha em todos os oceanos. Além disso, é o habitat da maior quantidade de pinguins do planeta.

A área do novo parque, de 1,55 milhão de km2 (a mesma extensão dos territórios da Espanha e França juntos), ficará protegida de atividades humanas, sobretudo, a pesca. Em algumas partes da reserva, entretanto, conforme você confere no mapa ao final deste post, feito pelo WWF-Internacional, serão permitidas pesquisas sobre peixes e o krill, um pequeno crustáceo, nativo da região, que serve de base alimentar para outros animais na Antártica.

“Esta foi uma negociação extremamente complexa, que exigiu que os membros da CCAMLR colocassem suas preocupações e expectativas na mesa, durante seis encontros anuais e diversas outras reuniões”, revela Andrew Wright, secretário executivo da entidade. “Alguns detalhes finais ainda serão ajustados, mas estamos muito orgulhosos de ter conseguido fechar o acordo”.

Para Wright, a criação da reserva de conservação no continente antártico abre um precedente importantíssimo de cooperação internacional em relação à proteção de ecossistemas marinhos.

O acordo, que valerá pelos próximos 35 anos, entrará em vigor em dezembro de 2017.

Entre os principais objetivos da iniciativa estão a preservação de espécies marinhas e seus habitats, além da proteção de locais de valor histórico e cultural. A intenção dos pesquisadores é que com área protegida seja possível aumentar o estoque de peixes na região e monitorar mudanças neste ecossistema, principalmente aquelas provocadas pelo aquecimento global.

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Foto: domínio público/pixabay

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.