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Acordo de Paris: faltam pouquíssimas adesões para que ele entre em vigor

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Por Claudio Angelo

“O que parecia impossível tornou-se inevitável”. Com essa frase, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, resumiu a probabilidade de que o acordo do clima de Paris entre em vigor ainda neste ano, ou seja, quatro anos antes do prazo oficial de 2020.

Em 21/9, em evento na sede da ONU, o tratado ultrapassou o número mínimo de adesões. Agora, tudo que o separa da vigência antecipada é um número pequeno: ele precisa ser ratificado por países que respondam juntos por 7,5% das emissões globais.

Para entrar em vigor, o Acordo de Paris precisa cumprir dois critérios: deve ser ratificado, ou seja, aprovado como lei doméstica, por pelo menos 55 países, que somem 55% das emissões globais de gases de efeito estufa. Na última quarta-feira, 31 países, entre eles o Brasil, entregaram oficialmente à ONU suas cartas de adesão, elevando para 60 o número de ratificações. Esses países somam 47,5% da poluição climática.

Segundo Ban, vários outros países já se comprometeram perante a ONU a ratificar o documento até o fim de 2016. A mais aguardada dessas adesões é a da União Europeia, bloco de 27 nações que respondem juntas por cerca de 10% das emissões mundiais (é o maior emissor depois de China e EUA). A UE tem um processo mais demorado de ratificação, já que todos os seus membros precisam, antes, realizar o processo de aprovação parlamentar domesticamente – e alguns, como a Polônia, têm menor disposição em fazê-lo. Mas sua ratificação faria o acordo do clima cumprir com folga o segundo critério de vigência.

Durante o encontro, Ban Ki-moon voltou a apelar aos países para que acelerem suas adesões, mas mostrou-se otimista. “Eu estou convencido de que o acordo de Paris sobre mudança climática entrará em vigor até o fim deste ano”, disse a jornalistas após a solenidade. “Este momento é notável. Pode levar anos ou décadas para um acordo entrar em vigor. Faz apenas nove meses que a conferência do clima de Paris aconteceu. Isso é um sinal da urgência da crise que enfrentamos”.

Na véspera, na abertura da Assembleia Geral da ONU, diversos líderes mundiais trataram o combate à mudança do clima como agenda prioritária durante seus discursos. O presidente da Argentina, Maurício Macri, foi um dos que se referiram ao aquecimento global como “maior desafio da humanidade”.

Em sua estreia na ONU como presidente, Michel Temer dedicou 1 minuto e 14 segundos de seu discurso de 20 minutos a clima e meio ambiente. “O planeta é um só. Não há plano B”, afirmou, para em seguida anunciar que depositaria o instrumento brasileiro de ratificação no dia seguinte (quarta).

Este texto foi publicado originariamente no site do Observatório do Clima em 21/9/2016

Foto: ONU/Divulgação

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Fátima Guimarães
Fátima Guimarães
7 anos atrás

A morosidade de alguns países me deixa perplexa!

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