PUBLICIDADE

Movimento ‘Na Pracinha’ ocupa a cidade para as crianças brincarem ‘do lado de fora’

Provavelmente próximo de onde você mora tem uma praça. Pode ser maior, menor…, mas procurando bem, sempre tem. E o que tem na praça? Árvores? Quadra? Parquinho? Mesas de jogos? Não importa. O que queremos saber sobre a praça perto de vocês é: tem crianças brincando lá?

Flavia Pellegrini e Miriam Barreto moram na capital mineira, Belo Horizonte, e sentiam uma vontade muito grande de ocupar os espaços da cidade com as crianças. E assim, há cinco anos, nasceu o Na Pracinha, movimento que incentiva o tempo livre para o brincar na infância, ocupando a cidade, nas praças, parques e museus. Conversamos com as duas amigas para saber como tem sido essa ação.

Ambas cresceram brincando em meio à natureza. Flavia brincava muito na rua e nas praças da cidade. Miriam viajava frequentemente para sítios e fazendas no interior de Minas Gerais. Quando se tornaram mães, nasceu junto com as crianças a vontade de proporcionar-lhes uma vida saudável como as que tinham vivido. Na verdade, era mais que vontade. Era necessidade de estar na natureza mesmo estando na cidade grande.

O Na Pracinha surgiu, então, para contar a experiência das mães com os pequenos nos espaços públicos de Belo Horizonte. Em seu site, elas comentam sobre detalhes das praças, parques e museus que visitam. Avaliam a estrutura, brinquedos, o ambiente natural. Sempre sob a perspectiva do olhar materno. Não demorou muito para que leitores do site começassem a pedir para se encontrarem com elas para que as crianças pudessem brincar juntas. Foi assim que surgiu o projeto Encontros Na Pracinha. No primeiro, 27 famílias ocuparam uma praça da capital mineira. Hoje, elas estão preparando o 30º Encontro Na Pracinha. Algumas famílias frequentam os encontros desde os primeiros e as crianças cresceram juntas brincando livremente e ocupando a cidade.

E a dupla animada não parou mais de pensar em programações culturais aliadas ao brincar livre. Além dos encontros, criaram novos formatos de programação como piqueniques e estações sensoriais. “É muito bacana compartilhar o espaço com pessoas que se identificam com seus pensamentos e valorizam a cidade”, dizem.

Semanalmente elas postam em seu site e nas redes sociais a programação dos espaços da cidade, convidando as famílias a brincarem do lado de fora e ainda a escreverem para elas contando sobre a experiência.

“Nos cinco anos de atuação, o Na pracinha foi um dos responsáveis pela reocupação dos parques públicos da cidade por famílias e crianças. Ficamos muito felizes com esse resultado.”, contam Miriam e Flávia. “Ao longo desse período, já realizamos quase 80 eventos pela cidade, em mais de 30 lugares diferentes. Em nosso site há mais de 80 coberturas de passeios diferentes para se fazer com crianças, seja praças, parques, museus e outros espaços. Nosso público leitor é engajado, segue o projeto, circula pela cidade e ainda nos confidencia que sua relação com Belo Horizonte mudou, que se sente pertencente à sua cidade, e não apenas ao bairro em que residem”.

Em resposta ao trabalho engajado que têm feito, as amigas recebem mensagens de muitas famílias contando que redescobriram a importância do brincar ao ar livre, que a relação em família está melhor, com pais mais presentes na vida dos filhos…

E o trabalho não para! Este mês, elas ainda vão lançar campanha de financiamento coletivo para publicar o guia impresso Beagá para Brincar. “A ideia é que possamos apresentar aos moradores e visitantes como Belo Horizonte é uma cidade possível para as crianças”.

E o nosso desejo é que esse movimento se espalhe por todas as pracinhas do Brasil!

Fotos: Duorama Fotografias, Patricia sá e Fabiano Aguiar

Comentários
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

  • PUBLICIDADE

    Mais lidas

    PUBLICIDADE