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A água não nos pertence!

A reflexão

Dizem os espiritualistas que a Amazônia representa o útero do mundo – nem o coração, como gosto de dizer devido ao fenômeno da bomba biótica (ela faz nascer os Rios Voadores que levam água para muitas regiões do Brasil e outros países) e nem o pulmão, como erroneamente se chama a floresta (pois ela consome o oxigênio que produz). Mas é, pois é: útero.

O dado

Útero, coração ou pulmão, nela está a maior bacia hidrográfica do mundo, um dos lugares onde mais se encontra água doce no planeta Gaia, nossa Terra. Do ponto de vista emocional, isso certamente nos impacta – diz a Teoria Geral dos Sistemas que todos estamos interconectados. A lua afeta as marés como as águas da Amazônia provavelmente afetam as emoções dos seres vivos. Um dia, ainda vão provar o que estou te contando.

Biologicamente, isso significa que temos muita água para tocar e podemos contar com ela. Pena não sabermos até quando. Fatores políticos e econômicos têm suscitado demasiadas especulações quanto à construção de grandes barragens na floresta – em 2013, a ONG International Rivers divulgou os planos do, até então, governo do PT, de levantar 68 hidrelétricas pelos próximos anos na floresta. Desconfio que, hoje, esse número esteja bem maior.

Em termos mais amplos: estamos em um corpo vivo chamado Terra. Seus rios são suas veias. Na Amazônia, estão os principais rios. Barrar o fluxo de sangue-água do corpo do planeta me parece um tanto quanto inconsequente, imaturo e arriscado. Daí que, nesta semana, estão sendo realizados dois fóruns que chamam minha atenção: falam de “água” e da “apropriação da água”.

Os eventos

O primeiro deles é o Fórum Mundial da Água, que reúne empresas, empresários, políticos, tem apoio do governo e só entra quem desembolsar uns 500 dólares por ingresso – elitista, privado, seletivo. Querem discutir a importância, o uso e o destino da água.

O outro, Fórum Alternativo Mundial da Água, acontece simultaneamente, em protesto ao primeiro, e foi organizado de maneira independente por movimentos sociais e ambientais e organizações da sociedade civil – aberto ao público, com ingressos a 50 reais e participação ampla de ativistas, educadores, indígenas… Do povo, democrático, sem apoio do governo, enfim. O objetivo é o mesmo: falar de água.

A sabedoria

A água não nos pertence, como nossas mentes insistem em acreditar. A água só pertence a ela mesma. Ela começou a vida neste planeta. Ela sabe da história toda. Ela se recicla continuamente, aqui mesmo, dentro desta bola azul flutuante do espaço no qual estamos. Cada chazinho ou cafezinho ou suquinho que tomamos pode ter água cuja idade é de 4 bilhões e 600 milhões de anos!!!! Já pensou nisso? Absolutamente in-crí-vel!. Mais fácil é nós pertencermos à água, impossível ela nos pertencer. HA!

A trilha sonora

Por fim: na maré de sincronicidades da água, esta semana o cantor Andre Abujamra lança o CD Omindá – A união das almas do mundo pela água. Auspicioso esse título, não acredito em coincidências.

Já ouvi o CD todo muitas vezes e garanto: ele nos ajuda a compreender o que falei aí acima. A água é sagrada e, assim, merece ser tratada – seja pelo governo ou pelo evento que for.

“A real grandeza é de onde vim. A real grandeza é para onde vou”, diz a água, na voz de Abujamra.

Até!

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Sandra
Sandra
5 anos atrás

Verdade, a água não nos pertence, tanto quanto os animais não são nossos para barbarizarmos com eles, em touradas, rinhas, caçadas, circos, zoos, vivissecção e matadouros. Humanos a si próprios atribuíram um direito que não lhes pertence, auto coroando-se as majestades deles, os seres superiores, quando nem sempre possuem sequer, uma só, das qualidades de paciência, resignação, lealdade, altruísmo, compaixão e devotamento que animais costumam demonstrar quando lhes dão tempo de viver para ser irmãos e amigos nossos, muito melhores, às vezes do que aprendemos a ser. A água não nos pertence, tanto quanto o Planeta que habitamos de passagem, porque iremos embora um dia, após devastá-lo, cada qual um pouco, sem pensarmos nas gerações futuras com fome e sede da justiça que não soubemos aplicar em nós próprios, consumindo e desperdiçando as riquezas que roubamos dele, quando dilapidamos a herança dos nossos filhos e netos, alienados e insensatos que somos.

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