6.727 árvores compõem primeiro banco de dados da Amazônia

Estudo publicado esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por 44 botânicos de diversas partes do mundo analisou extenso banco de dados de espécies da Amazônia e catalogou, pela primeira vez, 6.727 árvores típicas da maior floresta tropical do planeta. Ou seja, quase metade (48%) de toda a flora do bioma e 11% das mais de 60 mil espécies de árvores da Terra.

Este é o primeiro conjunto confiável de dados taxonômicos que fornece um ponto de partida para estudos científicos que podem desvendar a origem e a evolução da biodiversidade da Amazônia. As análises anteriores incluíam no banco de dados espécies não-amazônicas, como variedades endêmicas australianas, espécies exóticas cultivadas, além de epífitas e arbustos, que não podem ser considerados árvores. Estimava-se que houvesse até 12 mil espécies.

Para o estudo, foram consideradas plantas com altura igual ou maior do que um metro, a partir de análises de espécies coletadas na Amazônia do Brasil, da Bolívia, da Colômbia, do Equador, do Peru, da Venezuela e da Guiana. A família mais abundante é a Leguminosae, com 1.379 espécies registradas nesse bioma.

O trabalho de documentar e descrever a diversidade das plantas da Amazônia está longe de terminar. Isso porque foram catalogadas apenas 582 novas espécies de angiospermas na Amazônia brasileira durante 1990 e 2006, número quatro vezes menor do que em biomas não-amazônicos do Brasil. “Os dados estão acessíveis a toda comunidade científica. A ideia, agora, é que essa lista seja constantemente atualizada”, disse o botânico André Amorim, um dos autores do estudo.

Embora o número de árvores seja menor do que o estimado anteriormente, isso não diminui o valor da biodiversidade da floresta. Em vez disso, destaca a necessidade de estudos em vastas extensões da Amazônia  ainda pouco exploradas. E aponta na direção de dados mais confiáveis para pesquisas sobre o bioma no futuro.

Foto: João Marcos Rosa/NitroImagens

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